terça-feira, 26 de julho de 2011

Paulo Baruki


As fachadas ganham destaque pelo desenho e pelo contraste dos materiais empregados na sua construção

                                                 Barra Shopping Sul, Porto Alegre

     De um lado o rio Guaíba e, de outro, o Jockey Club de Porto Alegre. Entre eles está a construção horizontal do Barra Shopping, que ganhou arquitetura diferenciada, com amplos átrios estruturados com perfis metálicos e protegidos por vidros laminados, para que possam usufruir a paisagem do entorno.
      É o 2° maior centro de compras da rede Multiplan. O conjunto também prevê uma torre de escritórios, dois edifícios residenciais e um hotel. O projeto arquitetônico do shopping center recorreu a um conceito que aos poucos vem substituindo o antigo padrão das caixas horizontais totalmente fechadas. Nos primeiros exemplares dessa nova geração, as coberturas se abriram para resgatar a luz natural; agora é a vez das fachadas. No Barra Shopping Sul são sete átrios monumentais, protegidos por panos de vidro, além de duas grandes claraboias horizontais e três circulares.






Com os espaços transparentes, os frequentadores ganharam a vista do entorno, tendo ao fundo o rio Guaíba. Na área que circunda o shopping  foram plantadas árvores de 33 espécies e vários tipos de flores, de forma a manter os jardins floridos durante todo o ano. Para atrair os moradores de cidades vizinhas, foram criados vários atrativos. Além das 329 lojas, 16 âncoras e outras megastores, há um espaço de 8,4 mil m² destinado ao lazer, incluindo cinemas da rede Cinemark, o Mega Zone - o maior parque temático de diversões indoor da América Latina - e um boliche. Completam os atrativos restaurantes de diferentes especialidades, com vista panorâmica para o pôr do sol no Guaíba.

CAIXAS DE VIDRO


     O Barra Shopping Sul representou um grande desafio, devido a sua localização às margens do rio Guaíba, região sujeita a elevadas cargas de vento e temperaturas extremas (mínimas e máximas), segundo o consultor de fachadas Igor Alvim. Assim, a obra resulta do trabalho integrado de equipes que estudaram soluções de engenharia nas áreas de estruturas metálicas, vidros e esquadrias.
     Sistemas de ventilação natural, vidros de ótimo desempenho térmico e um projeto de esquadrias simples e eficiente equacionaram a relação custo/benefício. E, mesmo tendo que responder às elevadas cargas de vento, as estruturas metálicas ganharam leveza, mesclando-se visualmente aos perfis de alumínio.
     Segundo o arquiteto Paulo Baruki, a valorização do entorno é uma novidade em projetos de shoppings. Trata-se de uma mudança conceitual, que integra visualmente espaços internos e externos e cria identidade. As características da implantação e a concepção volumétrica também são referenciais dessa proposta. As fachadas ganham destaque pelo desenho e pelo contraste dos materiais, como as grandes superfícies de vidro, associadas aos trechos de massa texturizada e granito flameado, painéis de alumínio composto e brises metálicos.



Claraboias usam vidros laminados refletivos com coeficiente de sombreamento de 0,38



     As entradas dos malls - caixas de vidro com tamanhos e desenhos variados - foram construídas com estrutura metálica, que ancora a pele de vidro structural glazing, composta por perfis de alumínio na cor branca e vidro laminado em tons de verde. Nos planos verticais das caixas, os painéis de vidro têm espessura de 16 milímetros e coeficiente de sombreamento de 0,55; nos planos horizontais, a espessura é de 12 milímetros e coeficiente de sombreamento de 0,75.
     Os vidros estão colados nos perfis tubulares de alumínio, com silicone estrutural (junta de 18 x 8 milímetros). Esse conjunto é fixado por parafusos à estrutura metálica, que possui ancoragem para a regularização dos planos. Entre os perfis de alumínio e a estrutura metálica foi colocada uma fita isolante, para eliminar o contato entre diferentes tipos de materiais. Para as claraboias foram utilizados vidros laminados refletivos de 12 milímetros com coeficiente de sombreamento de 0,38.
As caixas envidraçadas ficam na face oeste do centro de compras e foram projetadas com dimensões diferentes, segundo Ricardo Macedo, da Engevidros, empresa que executou a obra dos planos de vidro (fachadas e coberturas) de três dos sete acessos (A, B e C). No acesso A, a caixa de vidro mede 21,90 x 12,91 m (fachada frontal), 8,64 x 1,48 m (fachada lateral) e 4,93 x 12,57 m (cobertura). No acesso B, a fachada tem 20,83 x 12,90 m e a cobertura, 12,58 x 18,88 m; no acesso C a medida da fachada é 13,72 x 14,11 m e a cobertura mede 13,72 x 12,47 m. O sistema utilizado foi desenvolvido em parceria pela Engevidros e pela QMD Consultoria. No coroamento das caixas de vidro foram instaladas coberturas com estrutura metálica protegida por painéis de alumínio composto, na mesma solução que foi aplicada às marquises que protegem as portas dos átrios do shopping.

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